sábado, 5 de janeiro de 2013

Caminho da Fé - Quinto e derradeiro dia

Portal de Campos do Jordão - SP
Sabem o porquê do "derradeiro" no título deste post? É porque é assim que falam os mineiros lá na Mantiqueira... O "derradeiro morro" eu ouvi algumas vezes, só que sempre vinha mais um... é algo assim como "logo ali" ou "farta pouco", que todo mundo conhece no jeito mineiro de falar...

Noventa e três quilômetros me separavam da Basílica da Padroeira neste derradeiro dia de Caminho da Fé... e acordei com vontade de pedalar. O sol reapareceu numa manhã um pouco fria, mas sabia da descida no asfalto na saída da pousada que iria me aquecer as pernas... aos poucos o sol começou a castigar, como nos quatro dias anteriores, mas nada a reclamar dele, para mim sempre uma melhor opção do que a chuva na cabeça... quase 5 km de descida no asfalto e lá vem a subida num terrão lavado e com bastante erosão e trechos escorregadios... Subi pedalando os 4 km da subida, até porque lembrava bem dela e a considerava totalmente pedalável, embora a recomendação fosse pegar o asfalto. A partir do km 9 começa-se a descer em direção à cidade, mas entrecortando os municípios de Campos e São Bento a todo momento, com direito a uma vista constante da Pedra do Baú - famosa para os praticantes de Asa Delta e afins - registrada aí na foto acima.

Apenas mais duas subidas mais duras entre os kms 11 e 14, já definitivamente no município de Campos do Jordão, e começa a decida em direção ao centro da cidade.  No km 15, volta-se para o asfalto em descida... quer dizer quase asfalto, por que ele vai se deteriorando ao longo da descida, com direito até a um 'trecho técnico" lá no km 16,5. Algumas pequenas subidas e muitas pedras depois, chega-se bem na avenida principal de Campos e no meio do trânsito intenso de turistas, para chegar no Refúgio do Peregrinos no Km 21, carimbar e tomar um refresco (da Skol é claro...).
 
Bom, daí em diante as rotas se separam, porque peregrinos a pé seguem pela trilha da Santa, que é hard e passa até pelos trilhos da ferrovia; e ciclistas optam por mais 4 km até o Portal de sáida da cidade e depois descer de Campos pelo asfalto... 20 km morro abaixo, com direito a uma parada na Vista Chinesa, cuja linda vista é registrada na foto acima.
 
Igreja Matriz em Pindamonhangaba - SP
Fim da descida numa rotatória, dobra-se à esquerda em direção a Pindamonhangaba... baixadão longo sob sol escaldante e vou pedalando do jeito que dá até uma paradinha nas "freiras", ou melhor, na Casa do Amor Divino... uma carimbada na Credencial, mas lá só água para matar a sede...vou em frente, porque ainda faltam 40 km. O Caminho acaba por passar por dentro de Pinda, onde eu acabei perdendo as setas em algum momento, tendo que recorrer a ciclistas locais que me levaram até a Matriz (foto acima), onde reencontrei o Caminho marcado pela setas amarelas, as quais acompanhei por todo o tempo nos últimos dias.

Sainda da cidade, em direção a Moreira Cesar e Roseira, pega-se um ciclovia bem legal, margeando a rodovia até Roseira, onde a estrada piora e o acostamento não existe, dificultando a pedalada, praticamente, até chegar a pousada Jovimar, onde carimbei pela última vez e tomei mais uma skol, mas não a última... faltando 3 km para chegar na Basílica, a sensação de missão cumprida já me invadia...
 
Chego na Basílica para mais uma visita à imagem de N.Sra. Aparecida, muito emocionado... rezo bastante em agradecimento por tudo de bom - graças a Deus - ocorrido nos últimos cinco dias... pego meu segundo certificado de Peregrino Mariano e, tal qual, aquele personagem, saio com a "alma lavada" e a peregrinação cumprida mais uma vez...com direito a uma visita à sala de promessas, para cumprir a minha. GLÓRIA A DEUS.




sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Caminho da Fé 2012 - Quarto dia

O "Quebra-perna" - Luminosa - MG

Esta paisagem aí na foto é a subida do "Quebra-perna"... parecem crateras lunares, mas são pedras bem terrestres da Serra da Mantiqueira, entre Luminosa e Campos do Jordão, um desnível fantástico em pouco quilômetros... como podem ver, estou empurrando a magrela, o que fiz em 80 % da subida...

Mas, vamos começar do princípio... este quarto dia de pedal no Caminho da Fé, dia 30 de dezembro de 2012, começa com um sol impiedoso pela manhã, depois de chover a noite inteira em Paraisópolis, onde jantei um dos melhores "gnocchi" que já saboreei na minha vida.

Saindo da cidade, depois de um belo café da manhã, alternam-se subidas e descidas calçadas, incluindo uma parte na rodovia que vai em direção a Itajubá, por mais ou menos 4,5 km, quando volta-se para o terrão. Passando pela pousada da Casa da Fazenda do meu amigo Edison no km 6, vai rolando um pedal bem tranquilo apesar do barro. Isso até começar a subida para o Bairro Cantagalo (em São Bento do Sapucaí) no km 10,5 e que vai até o km 12, desce para subir de novo e mais violentamente do km 15... um preâmbulo, daquela esperada subida mencionada acima, onde cruzei com os peregrinos que conheci em Paraisópolis, a Paty e o Marcos aí na foto, peregrinos a pé... coisa rara por estes caminhos.


Luminosa - MG
Segue-se um descidão de uns 3 km para depois voltar ao sobe-e-desce normal, já mencionado várias vezes nos meus relatos, até uma merecida parada no Cantagalo... uma carimbada, uma skol e um papo rápido com o casal de peregrinos, que me alcançou e que não verei mais neste caminho, já que eles param em Campos do Jordão no dia seguinte. Daí para a frente um pedal bem legal, passa-se mais uma vez pela fronteira SP-MG e começa o descidão para Luminosa... descida das boas, um tanto perigosa, mas deu para chegar a 45 km/h em alguns trechos.
 

Luminosa é esta cidadezinha aí no meio da foto - tirada lá de cima no começo da descida - perdida no meio do nada e onde o asfalto não chega... tranquilidade e gente boa... como a D. Ditinha da pousada, onde carimbei a Credencial e travei uma prosa das boas... enquanto ela fazia um pudim no fogão e eu tomava mais um skolzinha... aliás duas, porque aquela latinha pequena estava bem mais gelada.

Vista da pousada da D. Inês
Pedala-se mais um pouco e lá vem a subida... no início parece que dá para continuar pedalando, empurro mais um pouquinho e retomo a pedalada, no meio de uma "pedraiada doida", até que não dá mais.... barro grudento e pedras soltas até a pousada da D. Inês do "Seu" José... aquela que tem a mais linda vista da Mantiqueira, aí na foto acima, no meio de um imenso bananal.

Como não poderia deixar de ser, os dois são de uma hospitalidade enorme e conhecida de todos no Caminho da Fá e, além do "chafezinho", ainda fazem alguns quitutes que não dá para para não experimentar e levar para a viagem... broinha de fubá embrulhada em folha de bananeira, bananinha chips salgada e cubinhos de bananada.... tudo de bom . "Oia eis dos aina fotu...", junto com este peregrino.
 
 

Imaginem só, que encontrei por lá um biker que voltava de Aparecida pelo Caminho, depois de tê-lo completado com a esposa há poucos dias... tem louco para tudo! Descanso completado, assim como as caramanholas e o camel back com água fresca... apesar da triste notícia de que faltam mais 5 km de subida, lá vou eu... passei pelo local onde furei um pneu, mesmo empurrando a bike, em 2011, aquele da primeira foto deste post, e, também a casa rural onde me socorreram, me emprestando um bomba de pé já que a minha não funcionava bem.

Mais um subidão interminável e "empurralável", mas com a vista incrível aí na foto ao lado, e entra-se num eucaliptal, o que conheço bem das pedaladas em Suzano e região, sobe-e-desce que não pára por mais 1 km com um top acentuado no final.. A Mantiqueira mineira fica para trás... e daí para a frente um boa descida de 4 km pela fazenda, até chegar no asfalto que me levará ao destino final deste dia... a pousada Barão Montês em Campo Serrano - São Bento do Sapucaí - município inexplicavelmente excluído dos roteiros do Caminho da Fé, mas que cruzei por pelo menos duas vezes... mas disso tratarei mais tarde.

                                           Pousada Barão Montês - S. Bento do Sapucaí - SP

    
Me lembrava bem deste trecho de asfalto e, por isso, guardei perna e cabeça para enfrentar os cerca de 3 km de subida ( com algum refresco ) para, finalmente, relaxar na descida até a pousada. Cheguei pouco antes da chuva, mas já sentindo os seus primeiros pingos, que castigou o lugar durante toda a noite, chegando a fazer até frio em pleno verão.... serra é serra, e estava a 1800 m de altitude... então, só restou curtir o jantar preparado pelo meu agora amigo Márcio (comigo na foto ao lado), filho da D. Cida, e... claro regado a muitas brejas...

Depois de 41 km doídos, venci as subidas deste penúltimo dia de Caminho da Fé! Amanhã, tem o último capítulo desta peregrinação, com a chegada a Aparecida depois dos últimos 93 km... continuem acompanhando.
 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Caminho da Fé 2012 - Terceiro dia



Morrões entre Tocos do Moji e Estiva
Neste terceiro dia de Caminho, sabia que enfrentaria os temidos, e desconhecidos por mim, subidões entre Tocos e Estiva, dos quais desviei em 2011 devido à proximidade da noite, já que estava no final de junho. Aliás, mesmo se tratando de duras subidas e descidas, deveria ter optado naquela ocasião por este trajeto, bem melhor que o desvio por Bom Repouso...

Igreja em Estiva
Voltando ao caminho em 2012, na saída de Tocos já se começa a subir dentro da cidade passando pela Igreja e continuando, praticamente sem nenhum refresco por uns 6 km. Depois melhora até o km 10,5, num local chamado Fazenda Velha, volta a subir para só descer lá pelo km 12. 
E... lá vem os "morrão"... o primeiro de cerca de 1 km mas até deu para pedalar, mas com uma descida de 1 km freado, devido a muitas pedras soltas e cascalho.
O segundo, mais hard, com uns 2 km de subida que classifico com "empurralável", ou seja, pedalei um pouco e empurrei bastante alternadamente, até o descidão de 3 km, muito melhor que o anterior. Mas a vista, compensava o esforço da pedalada!
 
Vista de Consolação - MG
Volta-se ao sobe-e-desce normal até o km 21, quase em Estiva, mas "puseram" mais uma subida no caminho, um estradão chato e sob o sol escaldante...  Chega-se na cidade direto na praça principal, uma carimbada na pousada do Póka (D. Zezé mais uma vez não estava...), um refresco da Skol na padaria Sta. Edwiges e umas fotos da Igreja na Praça, com direito a uma prece para agradecer estar tudo correndo muito bem... daí pronto para retomar a pedalada, porque apenas 1/3 do percurso desse dia foi vencido e lá vinham mais morrões...       
                                                                                      Mais uma subida antes de Paraisópolis

A saída da cidade é bem tranquila e, após atravessar a Fernão Dias por uma passarela, volta-se para o terrão, até que lá pelo km 32 onde o bicho volta a pegar com um subidão com uns 3 km, dos quais pedalei uns 60%, novamente alternando empurradas na magrela. Uma descida e uma nova subida um pouco menos pior, para finalmente descer até Consolação. Uma parada na pousada em frente à Igreja e uma boa prosa com  a D. Elza, com direito a um refresquinho da skol é claro...
 
Vista externa da Igreja em Paraisópolis - MG
  
Um descida calçada. seguida de asfalto por uns 4 km é o que se apresenta na saída do lugar, até que se entra numa fazenda à direita... a vontade era seguir pelo asfalto até Paraisópolis, porque eu sabia que o caminho por ali ia dar uma bela volta... perdi até a noção da quilometragem, com tanto sobe-e desce, até aparecer uma estrada bem tranquila e plana que esperava fosse dar na cidade. Ledo engano... novo desvio por uma entrada de fazenda à direita e tome subida, faltando ainda uns 12 k m para completar o trecho.
  
Igreja de Paraisópolis - MG - vista interna
 
A coisa foi piorando a cada km até o 56, quando vem um descidão quase final até a cidade... quase, porque faltando uns 2 km, ainda veio a última subida.

Finalmente, Paraisópolis... depois de duros 64 km, 8 horas de pedal e pelo menos 6 morrões daqueles que nunca mais se esquece... cheguei na Pousada da Praça e fui acolhido pela simpatia da Jandira e uma skolzinha gelada... 
 
 
 
 
                
Amanhã, o quarto e inacreditável dia de pedal, enfrentando o terrível "quebra-perna"... subidão depois da cidadezinha de Luminosa... Continuem acompanhando...
 
 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Caminho da Fé 2012 - Segundo dia



Estrada do Santos Negros - Ouro Fino a Inconfidentes - MG

Segundo dia no Caminho da Fé, dia 28 de dezembro de 2012, sol intenso mais uma vez, depois da chuva que durou a noite inteira... e graças a Deus não me pegou... saindo de Ouro Fino pela Estrada dos Santos Negros, que tem uma série de monumentos em homenagem a Santos como Santa Bakita (na foto), Santa Ifigênia, Santo Antonio do Categeró e, o mais famoso, São Benedito, o percurso de 9 km é tranquilo até Inconfidentes... cidade aliás castigada durante a noite pelo intenso temporal, com raios que a deixaram sem luz até aquela manhã.
 
Na saída da cidade, depois de uma prosa, um café e uma carimbada na Credencial no Bar do Maurão, coloquei a capa de chuva já que os pingos estavam mais grossos. O caminho segue beirando a rodovia até voltar para a terra uns poucos quilômetros depois e voltar para o sobe-e-desce habitual. Uma subida mais forte no km 20,5 e dois tops curtos nos kms 25 e 26,5 sem maiores esforços, mas... pedalar de capa só servia para dar um suadouro e... tirei a dita.
No km 36, então, começa um subidão dos bons - para quem tem perna, porque eu empurrei bastante - até a Gruta de Santana, aí na foto, onde curti uma boa prosa e a hospitalidade do Teca da família Xavier.
 
Indispensável esta parada, porque a subida se acentua daí para a frente, embora mais light no primeiro quilômetro, até já cruzar a divisa com o Município de Tocos no km 38. Segue-se um descidão e outra subida forte, para, finalmente, descer no km 41 até a pacata Tocos do Moji.
 
Igreja em Tocos do Moji - MG
Ali, bem instalado na Pousada da D. Terezinha, é só "curtir" a tranquilidade local, regada a algumas brejas... pedalada curta de 47 km nesse dia, porque os paredões vêm aí amanhã...

Só para registrar, em 2011 ao chegar em Tocos já lá pelas 16:30 h, devido à escuridão da noite de inverno que se aproximava, optei por não subir pelo caminho normal, contornando por Bom Repouso... a pior escolha que um biker poderia fazer!
 
 
 
Amanhã continuam os relatos desta empreitada de bike pelo  Caminho da Fé... continuem acompanhando.



Vista da cidade de Tocos

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Caminho da Fé 2012 - Primeiro dia

 
Vista de Águas da Prata - SP

Amigos, começo hoje a escrever sobre como foi peregrinar pelo Caminho da Fé neste final do ano de 2012, porque, por uma série de razões, não consegui postar todos os dias como gostaria e consegui fazer na Espanha. Foram 5 dias de pedalada no sobe-e-desce tremendo da Serra da Mantiqueira, sob sol escaldante e num piso lavado pelas chuvas de verão noturnas, que, graças ao bom Deus, não me pegaram. Como não consegui postar, fiz anotações que pretendo divulgar nos próximos dias, adicionando muitas das 125 fotos que tirei no percurso de 322 km.
 
Ponte de Pedra - subida do Pico do Gavião
Bom, depois de 14 horas viajando em 26 de dezembro - porque inventei de deixar a bike e a bagagem em Águas da Prata, deixar o carro em Aparecida e voltar de ônibus para Águas - dormi bem na Pousada do Peregrino, sede da AACF Associação dos Amigos do Caminho da Fé, e parti, no dia 27, em direção à Minas Gerais.
 
O caminho começa com 2 km de subida boa, sendo 1 km no asfalto, só para aquecer. Depois, fica meio plano, mas alternando pequenas subidas e descidas até o km 8,5, quando se começa a subir sem sentir. No km 9,5 vem um subidão de 500 m e daí para a frente... é só subida até o km 13,5 onde se cruza com o caminho que dá acesso para a rampa de asa delta (Pico do Gavião) que, ainda bem, não faz parte do Caminho da Fé.


É Andradas - MG, lá embaixo...
Continuam as subidas e descidas leves, passando no km 15,5 - local onde atolei e quebrei a gancheira da bike em 2011 - com direito a cruzar um riacho que corta a estrada de terra. Ainda bem, que o terreno estava seco, diferentemente de 2011 quando tive que parar várias vezes para limpar as rodas, antes de quebrar.


Finalmente, começa-se a descer lá pelo km 22 , depois de passar pela Pousada "onde não gostam de peregrinos" que foi, inclusive, descredenciada recentemente pela AACF. A descida até Andradas pelo asfalto seria muito mas rápida, mas a opção pela terra é gratificante para um biker, embora mais dura e tenha uma subida mais forte separando a descida em duas partes. O terreno não é dos melhores, então, para quem não conhece ( como eu! ) melhor descer freado na primeira parte, mas na segunda dá para soltar bem. Finalmente, chega-se a Andradas - MG, depois de 34 km e, para repor as energias, uma cervejinha e um VO2 (para que gosta, combina! rsrs), afinal não estava nem na metade do percurso deste primeiro dia... antes uma carimbada na Credencial do Peregrino no Hotel Central.
 
Saindo da cidade, dá para desenvolver bem a pedalada por uns 7 ou 8 km, até chegar a subida da Serra dos Lima. Embora tenham asfaltado a subida, a inclinação é forte ( 1000 para 1250 m)... parei e empurrei várias vezes, principalmente por causa da soleira na cabeça. Essa paradinha aí na Gruta de N.Sra. de Lourdes, na foto ao lado, é fundamental, para poder prosseguir
 
Vencida a subida - novamente eu passei direto pela pousada da D. Natalina não carimbando a Credencial - vem a descida para Barra, só que o imponderável surgiu... furo de pneu! O que não me aconteceu na Espanha, mas sim também no Caminho da Fé em 2011! E... pior que, também repetindo 2011, troco a câmera e a bomba não funciona, me obrigando a seguir com o pneu bem murcho. Até que Deus me mandou um ciclista chamado Felipe de Ribeirão, que me acudiu com uma bomba recém comprada, pois ele havia perdido a sua no caminho... muita coincidência.
 

Daí para frente meu ânimo se redobrou, também, porque o sol diminuiu, já que nuvens de chuva se aproximavam e ameaçavam desabar um aguaceiro a qualquer hora. Parei em Barra, já no município de Ouro Fino,  para um refresco ( da Skol...) e um carimbo na pousada do Tio João, me preparando para outro subidão até Crisólia, passando pela cachoeira aí da foto... outro refresco, mas dessa vez só água.

Já com 65 km nas costas, entra-se numa estradinha de terra que dá em Crisólia, onde parei bastante tempo para me recuperar para os últimos 7 km, que ainda reservavam um subidinha longa, embora light. Digno de registro foi que tomei, em Crisõlia, a cerveja em lata mais barata do Brasil... quiçá do mundo... R$ 2,00 gelada... no que me pareceu ser o único Mercado do lugar. Com o Bar da Zeti e a pousada fechados, não consegui carimbar a Credencial, mas fui em frente, depois de fotografar a Igreja aí ao lado.

Cheguei bem em Ouro Fino e pretendia tirar uma foto com o "Menino da Porteira" - pórtico bem na entrada da cidade - mas a chuva finalmente chegou com pingos grossos e tratei de meter o pé para o albergue Casa do Peregrino. Me molhei um pouco, mas o problema maior foi uma confusão na reserva, que constava para o dia seguintes; me obrigando a ficar na Pousada Don Paolo, onde era o antigo Albergue que fiquei em 2011, do mesmo dono. Aliás, o dono meu amigo Paulo fez uma ótima remodelação no local, que ficou excelente, e é dono também do restaurante Don Paolo, onde jantei uma bela lasanha para repor as energias. O temporal foi feio e a chuva castigou a noite inteira, chegando a faltar luz e, praticamente, impossibilitar o uso da Internet, primeiro obstáculo para eu postar no blog, como citei antes.
 
Depois de 77 km o primeiro dia terminou em Ouro Fino, que tem a linda Igreja da foto abaixo, no próximo post o segundo dia entre Ouro Fino e Tocos do Moji... continuem acompanhando.
 

Igreja Matriz de S. Francisco de Paula - Ouro Fino - MG