Vista de Águas da Prata - SP |
Amigos, começo hoje a escrever sobre como foi peregrinar pelo Caminho da Fé neste final do ano de 2012, porque, por uma série de razões, não consegui postar todos os dias como gostaria e consegui fazer na Espanha. Foram 5 dias de pedalada no sobe-e-desce tremendo da Serra da Mantiqueira, sob sol escaldante e num piso lavado pelas chuvas de verão noturnas, que, graças ao bom Deus, não me pegaram. Como não consegui postar, fiz anotações que pretendo divulgar nos próximos dias, adicionando muitas das 125 fotos que tirei no percurso de 322 km.
Ponte de Pedra - subida do Pico do Gavião |
Bom, depois de 14 horas viajando em 26 de dezembro - porque inventei de deixar a bike e a bagagem em Águas da Prata, deixar o carro em Aparecida e voltar de ônibus para Águas - dormi bem na Pousada do Peregrino, sede da AACF Associação dos Amigos do Caminho da Fé, e parti, no dia 27, em direção à Minas Gerais.
O caminho começa com 2 km de subida boa, sendo 1 km no asfalto, só para aquecer. Depois, fica meio plano, mas alternando pequenas subidas e descidas até o km 8,5, quando se começa a subir sem sentir. No km 9,5 vem um subidão de 500 m e daí para a frente... é só subida até o km 13,5 onde se cruza com o caminho que dá acesso para a rampa de asa delta (Pico do Gavião) que, ainda bem, não faz parte do Caminho da Fé.
É Andradas - MG, lá embaixo... |
Continuam as subidas e descidas leves, passando no km 15,5 - local onde atolei e quebrei a gancheira da bike em 2011 - com direito a cruzar um riacho que corta a estrada de terra. Ainda bem, que o terreno estava seco, diferentemente de 2011 quando tive que parar várias vezes para limpar as rodas, antes de quebrar.
Finalmente, começa-se a descer lá pelo km 22 , depois de passar pela Pousada "onde não gostam de peregrinos" que foi, inclusive, descredenciada recentemente pela AACF. A descida até Andradas pelo asfalto seria muito mas rápida, mas a opção pela terra é gratificante para um biker, embora mais dura e tenha uma subida mais forte separando a descida em duas partes. O terreno não é dos melhores, então, para quem não conhece ( como eu! ) melhor descer freado na primeira parte, mas na segunda dá para soltar bem. Finalmente, chega-se a Andradas - MG, depois de 34 km e, para repor as energias, uma cervejinha e um VO2 (para que gosta, combina! rsrs), afinal não estava nem na metade do percurso deste primeiro dia... antes uma carimbada na Credencial do Peregrino no Hotel Central.
Saindo da cidade, dá para desenvolver bem a pedalada por uns 7 ou 8 km, até chegar a subida da Serra dos Lima. Embora tenham asfaltado a subida, a inclinação é forte ( 1000 para 1250 m)... parei e empurrei várias vezes, principalmente por causa da soleira na cabeça. Essa paradinha aí na Gruta de N.Sra. de Lourdes, na foto ao lado, é fundamental, para poder prosseguir
Vencida a subida - novamente eu passei direto pela pousada da D. Natalina não carimbando a Credencial - vem a descida para Barra, só que o imponderável surgiu... furo de pneu! O que não me aconteceu na Espanha, mas sim também no Caminho da Fé em 2011! E... pior que, também repetindo 2011, troco a câmera e a bomba não funciona, me obrigando a seguir com o pneu bem murcho. Até que Deus me mandou um ciclista chamado Felipe de Ribeirão, que me acudiu com uma bomba recém comprada, pois ele havia perdido a sua no caminho... muita coincidência.
Daí para frente meu ânimo se redobrou, também, porque o sol diminuiu, já que nuvens de chuva se aproximavam e ameaçavam desabar um aguaceiro a qualquer hora. Parei em Barra, já no município de Ouro Fino, para um refresco ( da Skol...) e um carimbo na pousada do Tio João, me preparando para outro subidão até Crisólia, passando pela cachoeira aí da foto... outro refresco, mas dessa vez só água.
Já com 65 km nas costas, entra-se numa estradinha de terra que dá em Crisólia, onde parei bastante tempo para me recuperar para os últimos 7 km, que ainda reservavam um subidinha longa, embora light. Digno de registro foi que tomei, em Crisõlia, a cerveja em lata mais barata do Brasil... quiçá do mundo... R$ 2,00 gelada... no que me pareceu ser o único Mercado do lugar. Com o Bar da Zeti e a pousada fechados, não consegui carimbar a Credencial, mas fui em frente, depois de fotografar a Igreja aí ao lado.
Cheguei bem em Ouro Fino e pretendia tirar uma foto com o "Menino da Porteira" - pórtico bem na entrada da cidade - mas a chuva finalmente chegou com pingos grossos e tratei de meter o pé para o albergue Casa do Peregrino. Me molhei um pouco, mas o problema maior foi uma confusão na reserva, que constava para o dia seguintes; me obrigando a ficar na Pousada Don Paolo, onde era o antigo Albergue que fiquei em 2011, do mesmo dono. Aliás, o dono meu amigo Paulo fez uma ótima remodelação no local, que ficou excelente, e é dono também do restaurante Don Paolo, onde jantei uma bela lasanha para repor as energias. O temporal foi feio e a chuva castigou a noite inteira, chegando a faltar luz e, praticamente, impossibilitar o uso da Internet, primeiro obstáculo para eu postar no blog, como citei antes.
Depois de 77 km o primeiro dia terminou em Ouro Fino, que tem a linda Igreja da foto abaixo, no próximo post o segundo dia entre Ouro Fino e Tocos do Moji... continuem acompanhando.
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